Dois anos depois. O 7 de outubro como acontecimento europeu.
Bruno Karsenti – Pubblicado em 08 de outubro 2025
O 7 de outubro reabriu a ferida do conflito israelo-palestino e reacendeu uma fissura soterrada na consciência ocidental, particularmente europeia. O acontecimento expôs o vínculo entre a história do Oriente Médio e a do continente que observa suas deflagrações. Pois o 7 de outubro não foi apenas importado para os debates: ele se refletiu neles, revelando a crise interna de uma Europa incerta de suas heranças pós-Shoah e pós-colonial, e agora dividida entre três narrativas inconciliáveis — a ocidentalista, a anticolonial e a europeia. No centro dessa fratura, duas perguntas obsessivas: o que resta da Europa, se ela já não sabe reconhecer o que significa, aqui como lá, o reaparecimento do antissemitismo? E também, o que resta do sionismo enquanto projeto europeu, se a resposta que ele deu ao antissemitismo em termos de direito dos povos também lhe escapa?

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Precisamos de uma nova língua depois desta guerra
Etgar Keret – Pubblicado em 9 de outubro 2025
Neste breve texto, publicado originalmente no New York Times, o escritor israelense Etgar Keret discute a divisão que a guerra criou em sua sociedade, a ponto de tornar a comunicação impossível.
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As lições de 7 de outubro, ou o fim de um parêntese na história judaica.
Jacques Ehrenfreund – Pubblicado em 15 de outubro de 2025
O massacre de 7 de outubro de 2023 provocou um abalo sísmico cuja onda de choque ainda não terminou de atravessar o mundo judeu. Em Israel, ele reativou o espectro do pogrom que o Estado deveria ter tornado impossível; na diáspora, revelou a fragilidade de uma segurança que se acreditava adquirida. O historiador Jacques Ehrenfreund questiona o que esse evento diz sobre o nosso tempo: o fim do pós-Shoá, a dissolução dos referenciais morais europeus e a persistência de uma hostilidade que a história parecia ter desqualificado.

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Israel no mundo: de Esparta ao judeu da corte
Danny Trom – Pubblicado em 25 de outubro de 2025
Sob o governo de Netanyahu, e com a guerra em Gaza, o Estado de Israel se viu cada vez mais isolado no cenário internacional. O primeiro-ministro israelense, um defensor da política de poder, gostaria de fazer disso um motivo de orgulho: “Seremos a super-Esparta”. Mas, pergunta Danny Trom, a soberania espartana não é uma pseudo-soberania, especialmente para o povo judeu? Examinando as lições políticas extraídas por Hannah Arendt da história judaica, o sociólogo identifica os requisitos que o Estado judeu deve cumprir se quiser garantir uma autonomia mais duradoura.
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